Psicologia Social: Você Conhece a Teoria das Janelas Quebradas?
A Teoria das janelas quebradas ou "Broken Windows Theory" é um modelo norte-americano de política de segurança pública no enfrentamento e combate ao crime, tendo como visão fundamental a desordem como fator de elevação dos índices da criminalidade.
Primeiramente, dois estudiosos chamados James Q. Wilson e George Kelling, ambos criminologistas, chegaram à raiz do problema com uma teoria:
A Psicologia Social e a Teoria da Janela Quebrada
Ainda assim, ao contrário do senso comum, a solução para o crime não era uma questão de “ser mais duro” com a gravidade do delito.
- Homicídio.
- Assalto à mão armada.
- Sequestro.
- Roubo de propriedade.
- Agressão.
bem como, esses tipos de crime mais graves não eram o foco de William Bratton, mas foi a pessoa encarregada em reduzir o crime na cidade de Nova Iorque no meio desse caos em 1990, Bratton, era favorável a teoria da janela quebrada dos criminologistas Wilson e Kelling.
Segundo eles, o crime é um resultado inevitável da desordem.
Se uma janela é quebrada e abandonada sem conserto, as pessoas andando pelo local irão concluir que ninguém se importa e que ninguém está no comando.
Logo, mais janelas serão quebradas e a anarquia irá se espalhar pelos prédios da cidade.
Isso transmite um sinal à cidade de que tudo pode acontecer por ali, sendo um convite para crimes mais sérios.
Em uma cidade, problemas menores como desordem pública e o calote ao transporte público são o equivalente às janelas quebradas, um convite para crimes mais sérios. Uma pequena ação que, como um vírus, se espalha como uma epidemia.
Após um policiamento mais severo e atento aos problemas menores, Bratton, conseguiu cumprir seu objetivo e a taxa de crime em Nova Iorque caiu drasticamente nos anos 90.
Portanto, o crime, segundo esse estudo explicado no livro The Tipping Point de Malcom Gladwell, é um problema de contexto, do local, das atitudes coletivas, no ato de olhar uma janela quebrada e receber um convite para
atitudes criminosas, escolha essa que está muito longe de ser uma razão intrínseca, da própria pessoa ou até mesmo um distúrbio singular que nasce ela, trata-se do lugar, do contexto e das pessoas ao redor delas.
Experiência da Janela Quebrada
Há alguns anos, a Universidade de Stanford (EUA), realizou uma interessante experiência de psicologia social.
Deixou dois carros idênticos, da mesma marca, modelo e cor, abandonados na rua. Um no Bronx, zona pobre e conflituosa de Nova York e o outro em Palo Alto, zona rica e tranquila da Califórnia.
Dois carros idênticos abandonados, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipe de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada local.
Resultado: o carro abandonado no Bronx começou a ser vandalizado em poucas horas. As rodas foram roubadas, depois o motor, os espelhos, o rádio, etc.
Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Contrariamente, o carro abandonado em Palo Alto manteve-se intacto.
A experiência não terminou aí. Quando o carro abandonado no Bronx já estava desfeito e o de Palo Alto estava há uma semana impecável, os pesquisadores quebraram um vidro do automóvel de Palo Alto.
Resultado: logo a seguir foi desencadeado o mesmo processo ocorrido no Bronx.
Roubo, violência e vandalismo reduziram o veículo à mesma situação daquele deixado no bairro pobre.
Por que o vidro quebrado na viatura abandonada num bairro supostamente seguro foi capaz de desencadear todo um processo delituoso? Evidentemente, não foi devido à pobreza:
Trata-se de algo que tem a ver com a psicologia humana e com as relações sociais.
Um vidro quebrado numa viatura abandonada transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação.
Faz quebrar os códigos de convivência, faz supor que a lei encontra-se ausente, que naquele lugar não existem normas ou regras, enfim, um vidro quebrado induz ao "vale-tudo".
Cada novo ataque depredador reafirma e multiplica essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piores torna-se incontrolável, desembocando numa violência irracional.
Dessa forma, baseada nessa experiência, e em outras análogas, foi desenvolvida a "Teoria das Janelas Quebradas".
Sua conclusão é que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores.
Logo, se por alguma razão racha o vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito rapidamente estarão quebrados todos os demais.
Enfim, se uma comunidade exibe sinais de deterioração, e esse fato parece não importar a ninguém, isso fatalmente será fator de geração de delitos.
Walmei Junior