Neste texto você vai encontrar os mecanismos de defesa do ego. Logo após o distúrbio mental que ele pode te causar e por fim você vai conhecer as várias faces.
Ego: Você Sabe Quais São os Teus Mecanismos de Defesa?
Antes de responder esta pergunta deve-se ressaltar que a pessoa que falou pela primeira vez sobre os mecanismos de defesa foi Freud. Ele viveu entre os anos de 1856-1939.
Freud elaborou a Teoria Psicanalítica onde dizia que tinha uma continuidade os processos psíquicos. Pois, aquilo que parece espontâneo, na verdade, tem uma causa, um sentido para cada pensamento, memória revivida, sentimento ou ação.
Cada evento mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente e é determinado pelos fatos que o precederam.
Freud dizia que nossa estrutura psíquica se assemelha a um iceberg, pois, esta estrutura se subdivide-se em: Consciente, pré consciente e inconsciente.
Mecanismos de Defesa do Ego
Os mecanismos de defesa constituem operações de proteção do ego para assegurar a nossa própria segurança.
Eles, também, representam uma forma de adaptação, pois, permitem que alguns conteúdos inconscientes cheguem no nível consciente de forma disfarçada.
Nenhum indivíduo, naturalmente, faz uso de todos os mecanismos de defesa possíveis, pois, cada pessoa utiliza uma seleção deles, mas estes se fixam em seu ego.
Tornam-se modalidades regulares de reação de seu caráter, as quais são repetidas durante toda a vida, sempre que ocorre uma situação semelhante a original.
Mecanismos de Defesa do Ego
Quais as Formas que o Ego te Protege?
Repressão:
Retirada de ideias, afetos ou desejos perturbadores da consciência, pressionando-os para o inconsciente.
Formação Reativa:
Fixação de uma ideia, afeto ou desejo na consciência, opostos ao impulso inconsciente temido, pois, trata-se de uma inversão clara e, em geral, inconsciente do verdadeiro desejo.
Por exemplo: Um homem meigo e gentil comete assassinato ou um líder religioso abusa de crianças.
Projeção:
Atribuir sentimentos ou impulsos inaceitáveis para si mesmo a outra pessoa. Por exemplo: Ela é ciumenta, mas será que você é que não trai? Projetamos impulsos inaceitáveis nos outros.
Regressão:
Retorno a formas de gratificação de fases anteriores, devido aos conflitos que surgem em estágios posteriores do desenvolvimento.
Por exemplo: Uma pessoa devora um pote de sorvete logo após ter discutido com alguém, portanto, ela regride a fase oral do desenvolvimento a qual se sentia mais feliz.
Racionalização:
O processo de achar motivos lógicos e racionais aceitáveis para pensamentos e ações inaceitáveis, arrumar desculpas que justifiquem o comportamento.
Por exemplo: Um agente público aceita o suborno, mas justifica que foi obrigado a aceitá-lo, pois, reconhece o ato corrupto mas nega a intenção.
Assim interpreta o comportamento como aceitável, escapando da desaprovação do super ego.
Mecanismos de Defesa do Ego
Negação:
Recusar-se a reconhecer a existência de uma situação real ou os sentimentos associados a ela.
A negação da realidade um evento frustrante é negado como forma de se proteger psicologicamente daquela dor, já a negação de um pensamento ou desejo a pessoa se recusa dizer o que sente.
Deslocamento:
A Transferência de sentimentos de um alvo para outro, que é considerado menos ameaçador ou é neutro. Redirecionamento de um impulso para um alvo substituto.
Por exemplo: O chefe pode ter gritado com você e de repente você chega em casa xingando o cachorro.
Identificação:
Processo psíquico por meio do qual um indivíduo assimila um aspecto, uma característica de outro, e se transforma, total ou parcialmente, apresentando-se conforme o modelo desse outro.
A personalidade constitui-se e diferencia-se por uma série de identificações.
Mecanismos de Defesa do Ego
Introjeção:
Integrar as crenças e os valores como se fossem nossos à estrutura do próprio ego. Depois de ouvir, por exemplo, várias vezes que você é mimado ou rebelde, uma hora a pessoa acreditará nisto.
Sublimação:
Parte da energia investida nos impulsos sexuais é direcionada, canalizada à consecução de realizações socialmente aceitáveis.
Por exemplo: Estou com raiva e vou cortar uma lenha, se tenhamos necessidade de controle e ordem abrimos uma empresa, se temos muitos desejos sexuais, podemos virar artista e pintar quadros, o cirurgião pode transformar sua violência em cortes nas mesas de operações.
Somatização:
Dor psíquica e emocional crônica que é transferida para o corpo. Emoção comum de ser somatizada: a raiva.
Mecanismos de Defesa do Ego
Fuga:
Tendência de não enfrentar a situação usando a fuga através da droga, jogos, sono, sexo, exercícios em exagero, comida e bebida.
Então, estes são os mecanismos de defesa do ego, que são necessários, porém, nos distância de enfrentarmos as situações e sentimentos.
Se por um lado eles nos afastam das ameaças do ego, por outro, podem virar uma padrão de comportamento, inclusive infantil, pois quando adultos, já temos recursos para enfrentarmos as situações.
Enfim, eles nos mostram o nosso funcionamento psíquico, e uma vez conscientes, pois são processos inconscientes, podemos enfrentar ameaças de frente, sem subterfúgios.
Assumir nossa fragilidade é um ato de maturidade psíquica.
(Prof e Doutora Silvia Marina Anaruma - UNESP - Rio Claro-SP)
Ego: Por Onde Você Começa a Modificá-lo?
O estado "normal" de quase todos os seres humanos contém um forte elemento do que podemos chamar de distúrbio ou disfunção, até mesmo de loucura.
Determinados ensinamentos do hinduísmo, talvez, sejam os que mais se aproximem da ideia de que esse desajuste é uma forma de doença mental coletiva que chamam de maya, ou seja, o véu da ilusão.
Segundo o budismo a mente humana está em estado dukka, termo páli, que pode ser traduzido como sofrimento, insatisfação ou tristeza entre outros.
Já para os ensinamentos cristãos, o estado coletivo normal da humanidade é de "pecado original" que significa errar o alvo e pecar significa errar o sentido da existência humana.
Não há duvidas que as conquistas da civilização são admiráveis e inegáveis, pois, criamos obras sublimes admiráveis, mas ao mesmo tempo nossa loucura nos atinge.
A ciência e a tecnologia aumentaram o impacto destrutivo que o distúrbio da mente humana tem sobre o planeta sobre as outras formas de vida e sobre as próprias pessoas.
Não é a toa que no séc XX, essa disfunção ou insanidade coletiva pode ser reconhecida com mais nitidez, tanto que chegamos até agora com um número espantoso de 100 milhões de pessoas mortas por outros seres humanos.
Mecanismos de Defesa do Ego
Já a outra forma de violência é contra a natureza.
O medo, cobiça e desejo de poder são as forças motivadoras psicológicas que estão por trás, não só dos conflitos armados e da violência envolvendo países, tribos, religiões e ideologias, mas, também, do desentendimento incessante nos relacionamentos pessoais.
Pois elas produzem uma distorção na percepção que temos dos outros e de nós mesmos, em suma, por meio delas interpretamos tudo errado em todas as situações.
Portanto, é fundamental a pessoa estar ciente do seu distúrbio e começar a mudar o teu mundo por dentro e não começar pela parte externa já que o ser humano precisa criar um novo mundo.
Mas antes precisa realizar uma modificação prévia essencial na sua realidade interior, no seu estado de consciência e descobrir seu "modelo" de distúrbio que todo ser humano traz dentro de si: o ego.
Mecanismos de Defesa do Ego
O ego tem várias faces, pois, sempre quer alguma coisa do outro, fazendo um papel para satisfazer suas necessidades que podem ser:
1- Ganhos materiais
2- Sensação de poder
3- Sensação de superioridade
4- Sensação de ser especial
Em geral, as pessoas não tem consciência dos papéis que representam. As pessoas são estes papéis.
O ego prospera quando angaria atenção dos outros, porque ela é, acima de tudo, uma energia psíquica.
Sua busca não é pela atenção sem forma e sim pela atenção numa forma, como reconhecimento, elogio e admiração.
Certas vezes, só o fato de ser notado de alguma maneira já vale como um reconhecimento da sua existência.
Outra faceta do ego é a percepção do EU, ao ver a si mesmo como algo favorável ou desfavorável é o ego, pois por trás de toda auto imagem positiva há o medo de não ser bom o bastante.
Por trás de toda auto imagem negativa está o desejo de ser o maior ou melhor do que os outros.
Enfim, tudo que devemos saber e observar em nós mesmos é isto! Sempre que nos sentirmos superiores ou inferiores a alguém, isso é o ego em ação.
(Eckhart Tolle)
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